Guia 2021

Quem é PLANT está aqui!
plantbasedbr.com

Vem conferir!

MENU
MÍDIA KIT 2022
Download
COTAÇÃO DE INGREDIENTES
GUIA DE FORNECEDORES
CADASTRE SUA EMPRESA - CLIQUE AQUI


Voltar

Probióticos e Prebióticos - Diferenças conceituais e de atuação

A conscientização do consumidor sobre os benefícios dos probióticos e prebióticos vem ganhando cada vez mais força, com sua relação com a saúde intestinal e um sistema imunológico forte sendo cada vez mais desenvolvido, tornando-se um ingrediente fundamental para a saúde intestinal utilizado não apenas em lácteos, mas em diferentes categorias de alimentos.

Probiótico é um termo grego que significa “para a vida”. É definido pela Organização Mundial de Saúde como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro”. De acordo com a legislação brasileira, probiótico é definido como “suplemento alimentar microbiano vivo que afeta de maneira benéfica o organismo pela melhora no seu balanço microbiano”.

As culturas probióticas são suplementos microbianos que aumentam de maneira significativa o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos. Entre os diversos gêneros que integram esse grupo, destacam-se as Bifidobacterium e os Lactobacillus, em particular, a espécie Lactobacillus acidophilus.

As Bifidobacterium, ou bifidobactérias, são caracterizadas por serem microorganismos Gram-positivos, não formadores de esporos, desprovidos de flagelos, catalase negativa e anaeróbios. No que diz respeito a sua morfologia, podem ter várias formas, incluindo bacilos curtos e curvados, bacilos com a forma de cacete e bacilos bifurcados. Atualmente, o gênero Bifidobacterium incluí 30 espécies, sendo 10 de origem humana, 17 de origem animal, duas de águas residuais e uma de leite fermentado; esta última tem a particularidade de apresentar boa tolerância ao oxigênio, ao contrário da maior parte das outras do mesmo gênero.

Já o gênero Lactobacillus, ou lactobacilos, são microorganismos geralmente caracterizados como Gram-Positivos, incapazes de formar esporos, desprovidos de flagelos, possuindo forma bacilar ou coco bacilar, e aerotolerantes ou anaeróbios. O gênero compreende 56 espécies oficialmente reconhecidas, sendo que as mais utilizadas para fins de aditivo dietético são L. acidophilus, L. rhamnosus e L. casei.

Como função benéfica no organismo, os probióticos têm efeito sobre o equilíbrio bacteriano intestinal, controle do colesterol e de diarreias e redução do risco de câncer.

Os probióticos podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no mercado, como leites fermentados e iogurtes, ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas.

Já os prebióticos constituem um grupo distinto dos probióticos e são definidos como ingredientes

indigeríveis, porém fermentáveis, que afetam o hospedeiro por estimulação eletiva do crescimento e atividade de uma espécie de bactérias ou um número limitado de bactérias no cólon.

Comparados com os probióticos, que introduzem bactérias exógenas para o lúmen, os prebióticos estimulam o crescimento preferencial de um número limitado de bactérias, especialmente, mas não exclusivamente, Lactobacillus e Bifidobacterium.

Embora os probióticos e os prebióticos possuam mecanismos de atuação em comum, especialmente quanto a modulação da microbiota endógena, diferem em sua composição e em seu metabolismo. O destino dos prebióticos no trato gastrointestinal é mais conhecido do que o dos probióticos. Assim como ocorre no caso de outros carboidratos não digeríveis, os prebióticos exercem efeito osmótico no trato gastrointestinal, enquanto não são fermentados. Quando fermentados pela microbiota endógena, o que ocorre no local em que exercem o efeito prebiótico, aumentam a produção de gás.

Já os probióticos apresentam três possíveis mecanismos de atuação, sendo o primeiro deles a supressão do número de células viáveis, através da produção de compostos com atividade antimicrobiana, a competição por nutrientes e a competição por sítios de adesão. O segundo desses mecanismos é a alteração do metabolismo microbiano, através do aumento ou da diminuição da atividade enzimática. O terceiro é o estímulo da imunidade do hospedeiro, através do aumento dos níveis de anticorpos e o aumento da atividade dos macrófagos. O espectro de atividade dos probióticos pode ser dividido em efeitos nutricionais, fisiológicos e antimicrobianos.

Os prebióticos, assim como ocorre no caso de outras fibras da dieta, são resistentes à digestão na parte superior do trato intestinal, sendo, subsequentemente, fermentados no cólon. Exercem efeito de aumento de volume, como consequência do aumento da biomassa microbiana que resulta de sua fermentação, bem como promovem aumento na frequência de evacuações, efeitos estes que confirmam a sua classificação no conceito atual de fibras da dieta. Quando adicionados como ingredientes funcionais em produtos alimentícios normais, modulam a composição da microbiota intestinal, a qual exerce papel primordial na fisiologia gastrointestinal. Essa modulação da microbiota intestinal pelos prebióticos é consequente a alteração da composição dessa microbiota por uma fermentação específica, a qual resulta em uma comunidade em que há predomínio de bifidobactérias.

Os benefícios à saúde do hospedeiro atribuídos à ingestão de culturas probióticas que mais se destacam são o controle da microbiota intestinal; estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos; promoção da resistência gastrointestinal à colonização por patógenos; diminuição da população de patógenos através da produção dos ácidos acético e láctico, de bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos; promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose; estimulação do sistema imune; alívio da constipação; aumento da absorção de minerais; e produção de vitaminas. Outros efeitos atribuídos a essas culturas são a diminuição do risco de câncer de cólon e de doenças cardiovasculares. São sugeridos, também, como benefícios à saúde do hospedeiro, a diminuição das concentrações plasmáticas de colesterol, efeitos anti-hipertensivos, redução da atividade ulcerativa de Helicobacter pylori, controle da colite induzida por rotavírus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade.

Alguns efeitos atribuídos aos prebióticos são a modulação de funções fisiológicas chaves, como a absorção de cálcio e, possivelmente, o metabolismo lipídico; modulação da composição da microbiota intestinal, a qual exerce papel primordial na fisiologia gastrintestinal; e redução do risco de câncer de cólon. Diversos estudos experimentais mostraram a aplicação de prebióticos como fatores bifidogênicos, ou seja, que estimulam a predominância de bifidobactérias no cólon. Consequentemente, há estímulo do sistema imunológico do hospedeiro, redução nos níveis de bactérias patogênicas no intestino, alívio da constipação e diminuição do risco de osteoporose resultante da absorção diminuída de minerais, particularmente o cálcio. Adicionalmente, pode haver redução do risco de arteriosclerose, através da diminuição da síntese de triglicérides e ácidos graxos no fígado, bem como diminuição do nível desses compostos no sangue.

Devido a sinergia potencial entre probióticos e prebióticos, os alimentos que contêm uma combinação desses ingredientes são frequentemente referidos como simbióticos, que consistem em alimentos ou suplementos alimentares que contêm microorganismos probióticos e ingredientes prebióticos, resultando em produtos com características funcionais dos dois grupos que, em sinergia, beneficiam o hospedeiro.


Márcia Fani

Editora








Artigos relacionados



Envie um artigo



Telefone:

11 99834-5079

Newsletter:

Fique conectado:

001