Page 58 - Food Ingredients Brasil Ed. 33
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EmulsificantesProdutos comerciais contendo monoéster de propilenoglicol acima de 90% são produzidos através do proces- so de destilação molecular, semelhante à destilação empregada para produção de monoglicerídeos. No caso do mo- noéster de propilenoglicol, uma mis- tura de interesterificação que contém alta concentração de monoéster de propilenoglicol é usada como feedstock para o processo de destilação. Peque- nas quantidades de monoglicerídeos destilados podem codestilar com o monoéster de propilenoglicol.A esterificação direta de propi- lenoglicol com ácidos graxos rende uma mistura de propilenoglicol livre, monoéster de propilenoglicol, e diéster de propilenoglicol.O propilenoglicol residual é ge- ralmente removido por processo a vácuo. A quantidade de monoéster de propilenoglicol em composições co- mercialmente disponíveis preparadas por esterificação direta de propileno- glicol com ácidos graxos varia de 45% a 70%. Um catalisador básico, como o hidróxido de sódio ou cal hidratada, é geralmente usado durante a etapa de esterificação para evitar a formação de ésteres de dipropilenoglicol. O catali- sador básico é neutralizado com ácido, normalmente 85% de ácido fosfórico, antes da etapa de remoção a vácuo para evitar desproporcionalidade do monoéster.O uso de um ácido forte como catalisador durante a etapa de inte- resterificação direta, torna distinta a possibilidade de autocondensação do propilenoglicol para dímero ou trímero, seguido por esterificação do dímero ou trímero existente. Assim, esterificações com catalisadores ácidos podem conter monoésteres de dipropi- lenoglicol e de tripropilenoglicol. Estes ésteres não são permitidos pela FDA como aditivos diretos de alimentos.Os regulamentos da FDA para monoéster de propilenoglicol permi- tem o uso de todos os óleos e ácidos graxos comestíveis. Porém, a maioria dos monoésteres de propilenoglicol comercialmente disponíveis contêmporcentagens muito altas de ácido pal- mítico e ácido esteárico, que são ácidos graxos saturados. Poucos monoésteres de propilenoglicol não saturados estão disponíveis no mercado atualmente.Ésteres lactilatosO ácido láctico, ácido 2-hidroxipro- panóico, é um ácido bifuncional. Os ésteres de ácidos graxos podem ser preparados através da reação com o grupo hidroxil ou com o grupo de ácidos graxos. O ácido láctico também pode auto reagir para formar cadeias de polímeros (dímero, trímero etc.), os quais também podem reagir com partes ácidas gordurosas.Esta reação de autocondensação não pode ser evitada e todos os emul- sificantes de ácido láctico contêm mis- turas de éster de monômero, dímero e trímero.Ésteres de poliglicerolOs ésteres de poliglicerol estão comercialmente disponíveis na indús- tria alimentícia há mais de 25 anos, mas já eram conhecidos por outras indústrias há muito mais tempo. Os alcoóis de poliglicerol são preparados, frequentemente, pela polimerização de glicerina com um catalisador alcalino a temperaturas elevadas. A polimeri- zação é um processo casual e vários poligliceróis diferente são produzidos.A extensão da polimerização é seguida pelo índice refrativo, visco- sidade ou valor do hidroxil.O éster de poliglicerol pode ser preparado por esterificação direta do poliglicerol com ácidos graxos ou por interesterificação com triglicerídeos. Quando o processo com ácido graxo for usado, o peso molecular teórico do poliglicerol é usado com o peso molecular dos ácidos graxos para cal- cular o débito da reação. Geralmente, se baixos graus de esterificação são usados, o produto da reação é neutralizado.O poliol livre é separado e o emulsificante é filtrado e embalado.Se graus mais altos de esterificação são usados, nenhum poliol é retirado e o produto, neutralizado ou não, é filtrado e embalado.Se o processo de interesterificação é usado, a glicerina ou óleo adicional são introduzidos na mistura da rea- ção. Essa glicerina adicional modifica a distribuição do poliol no produto final, comparada à distribuição do poliol no poliglicerol inicial. Mono e diglicerídeos adicionais serão pro- duzidos, comparado ao processo de esterificação direta; a distribuição de ésteres de ácidos graxos será di- ferente se o processo de esterificação direta for usado. Ésteres preparados pelo processo de interesterificação são identificados pelo poliol inicial- mente usado.É óbvio que, até mesmo, se um único ácido graxo for usado para produção de éster de poliglicerol, o número de composições possíveis será muito numeroso e complexo. Se várias misturas de ácidos graxos forem usadas, o éster de poliglicerol será mais complexo. Assim, um monoestearato de triglicerol de éster de poliglicerol é uma mistura de éster de estearato e de palmitato com glicerina, diglicerol, triglicerol, tetraglicerol, pentaglicerol, hexaglicerol, heptaglicerol, octaglicerol, monaglicerol e decaglicerol, enquanto um triestearato de decaglicerol é uma mistura de éster de estearato e de palmitato do mesmo poliglicerol, mas em proporções diferentes.Uma extensa gama de ésteres de poliglicerol é comercialmente dispo- nível, desde ésteres líquidos, como o dioleato de hexaglicerol, ésteres plásticos, como o monotriglicerol, até ésteres sólidos, como o decaestearato de decaglicerol.A regulamentação da FDA per- mite o uso de óleos não láuricos comestíveis, hidrogenados ou não, e derivados de ácidos graxos comestí- veis, assim como ácido oléico, para preparo de ésteres de poliglicerol e, inclusive, decaglicerol.58 FOOD INGREDIENTS BRASIL No 33 - 2015www.revista-fi.com
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