Uma nova geração de conservantes de origem natural está ganhando atenção por suas propriedades antimicrobianas, impulsionada pela demanda do consumidor por menos ingredientes artificiais. Quais têm potencial dominante?
A busca por conservantes de rótulos limpos responde a pressão crescente por alimentos com ingredientes naturais. Uma pesquisa da Nielsen sugere que até 62% dos consumidores globais dizem evitar conservantes artificiais, aumentando para 67% na região da Ásia-Pacífico. Os conservantes sintéticos são amplamente usados, altamente eficazes e seguros, mas também têm nomes que parecem químicos. O EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) está entre os mais comuns - e um que muitas empresas, agora, pretendem remover da lista de ingredientes.
Globalmente, o número de lançamentos de alimentos e bebidas contendo conservantes naturais cresceu cerca de 20% ao ano nos últimos cinco anos, de acordo com a Innova Market Insights.
O extrato de alecrim tem sido uma das maiores histórias de sucesso e um dos conservantes naturais mais eficazes atualmente disponíveis para os fabricantes de alimentos e bebidas. Sua versatilidade responde por grande parte do seu apelo, pois é indicado para carnes, panificados e salgadinhos, molhos e temperos, pastas, óleos e gorduras e até bebidas.
Os fornecedores também têm explorado o uso de compostos naturais misturados, pois as propriedades antioxidantes podem se complementar, aumentando sua eficácia.
Os cientistas continuam a descobrir novas fontes de conservantes naturais. Pesquisadores americanos, por exemplo, descobriram uma classe de compostos chamados alquilresorcinóis (AR), que podem ser usados em emulsões de óleo em água, como molhos para salada. Os ARs são encontrados em grãos como centeio, cevada e trigo e inibem o crescimento de fungos e bactérias. Segundo os pesquisadores, os ARs do farelo de centeio podem ajudar a preservar produtos ricos em óleos saudáveis, como o ômega 3, bem como podem proteger os seus benefícios à saúde.
Outra equipe de pesquisadores dos Estados Unidos encontrou potencial no bagaço de uva, ou seja, sementes, cascas e caules descartados da vinificação. Os compostos extraídos do bagaço podem ajudar a prevenir a oxidação em alimentos com alto teor de gordura, estendendo sua vida útil. Usar bagaço de uva para fazer outros ingredientes alimentícios também está de acordo com as recomendações da Organização para Alimentos e Agricultura das Nações Unidas, que instiga as empresas a reaproveitar resíduos da fabricação de alimentos sempre que possível, e jogá-los fora apenas como último recurso.
A busca por conservantes mais amigáveis ao consumidor muitas vezes representa um desafio para os fabricantes, pois eles buscam equilibrar as demandas de rótulos limpos com perdas potenciais de funcionalidade, o que pode afetar outros atributos do produto que são importantes para os consumidores, como aparência, longa vida útil, baixo custo e segurança alimentar. No entanto, há evidências de que os consumidores estão dispostos a fazer concessões para evitar ingredientes sintéticos. Uma pesquisa da Leatherhead Food Research descobriu que 57% pagariam mais por conservantes naturais, enquanto 82% aceitariam uma vida útil mais curta e 76% aceitariam um produto menos atraente visualmente.
De acordo com a Innova Market Insights, os ingredientes conservantes naturais de rápido crescimento são acelga em pó, açúcar fermentado, pó de acerola, extrato de cítrico e dextrose cultivada.
Fonte: Fi Global Insights