Assim como outros setores de produção, a indústria de sorvetes vive um momento único em sua história, no Brasil e no mundo. O modelo econômico vem passando por uma transição, que antes visava apenas o lucro, para um modelo mais híbrido. Nele, o lucro ainda é importante, mas deve ser conquistado com base na sustentabilidade.
Para isso, a gestão pautada nos pilares de ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) merece total atenção dentro do segmento de sorvetes.
Segundo especialistas da área, o setor precisará falar cada vez mais de ESG dentro dos negócios, principalmente nos níveis mais estratégicos e depois disseminando para todos os níveis da organização. Tudo que vem sendo adotado na indústria de sorvetes no âmbito da inovação e tecnologia já atende os requisitos de ESG, desde a questão social até a experiência do consumidor, que está muito mais exigente sobre o que consome; cabe às empresas ter essa responsabilidade econômica, social e ambiental do negócio como um todo.
De fato, a gestão ESG está apenas se iniciando dentro do segmento de sorvetes, mas já há indústrias de médio e grande porte dentro da área, que demostram grande preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança. Muitas delas já investem em tratamento de efluentes, principalmente resíduos de leite, e em energia eletrovoltaica no ambiente fabril das indústrias de sorvete.
Em termos de máquinas, o freon está finalmente saindo do mercado, principalmente na Europa, e o meio ambiente agradece. Em substituição a esse gás à base de clorofluorcarbonetos, as grandes multinacionais europeias já utilizam a amônia, que é um gás refrigerante melhor do que o freon.
Porém, para alguns executivos, a amônia é um gás perigoso. Mesmo sendo eficiente, precisa ser muito bem controlado para que não ocorra fuga, fato esse que seria muito perigoso dentro da própria indústria ou para a região em que está instalada.
Outra possibilidade que pode substituir o freon é o uso de CO2, um gás não tóxico e bastante eficiente para refrigerar ambientes dentro da indústria do sorvete.
Para os especialistas, essa tendência não vai demorar para chegar ao Brasil, mas cabe à indústria se preparar para entrar nesse novo normal; talvez esse processo demore de cinco a 10 anos, mas vai chegar, afirmam. E, para muitos, é extremamente importante que exista o entendimento de que o mercado, investidores e o consumidor olham para empresas que priorizam os cuidados com o ESG.
As empresas que atuam com esses pilares de ESG terão diferencial competitivo, valorização perante o mercado e serão melhor vistas pelo cliente no âmbito da sustentabilidade.
Fonte: Food Connection