A Barry Callebaut lançou um mapa indicativo de alto estoque de carbono (HCS) em grande escala que cobre a Malásia, a Indonésia e as Filipinas (Maphilindo). A empresa se associou ao EcoVision Lab, parte do grupo de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da ETH Zurich, que desenvolve soluções de inteligência artificial (IA) altamente automatizadas.

A parceria levou ao desenvolvimento do mapa HCS, publicamente disponível, que identifica florestas com alto valor de conservação e áreas onde o desmatamento causaria as maiores emissões de carbono.

A equipe da ETH Zurich está utilizando dados de um scanner a laser da NASA conectado à Estação Espacial Internacional de Imagens da Agência Espacial Europeia (ESA), que permite que grandes áreas sejam mapeadas aplicando IA, limitando as medições no solo a apenas locais muito críticos.

A Barry Callebaut exige de seus fornecedores, de palma e soja, que identifiquem as áreas florestais que precisam de proteção e aquelas que podem ser desenvolvidas para a agricultura. No entanto, conduzir esse tipo de avaliação é difícil, demorado e muitas vezes um exercício caro.

O desenvolvimento do mapa HCS apoia a abordagem atual de dados retirados do campo, que é a abordagem amplamente utilizada para medir a ligação entre o cultivo de commodities e o desmatamento, a chamada Abordagem de Alto Estoque de Carbono (HCSA).

De acordo com o Prof. Dr. Jan Dirk Wegner, chefe da EcoVision Lab, ETH Zurich e University of Zurich, esse novo método, que combina aprendizado profundo e imagens de satélite publicamente disponíveis, é um avanço porque fornece uma ferramenta objetiva, transparente e altamente automatizada, que gera mapas HCS indicativos em escala global com precisão sem precedentes.

A HCSA é uma metodologia amplamente reconhecida que está sendo cada vez mais usada por padrões de certificação, como a Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO) e por empresas comprometidas em quebrar o elo entre desmatamento e desenvolvimento de terras em suas operações ou cadeia de suprimentos.

Nos últimos quatro anos, a equipe da ETH se concentrou em utilizar as novas imagens de satélite e calibrar os dados regionais de biomassa de carbono. Como resultado, desenvolveu uma ferramenta que é altamente automatizada, objetiva e pode ser usada para aumentar o mapeamento HCS indicativo para regiões inteiras do mundo.

“A IA em combinação com uma abordagem baseada em dados apoia nossos esforços para aumentar nosso impacto. Também iniciamos um projeto de reflorestamento em grande escala para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Esse projeto usará uma abordagem baseada na tecnologia para testar a utilização de geração inovadora de mudas, plantio e monitoramento em condições adversas”, disse Pablo Perversi, diretor de Inovação, Sustentabilidade e Qualidade da Barry Callebaut.

Segundo Perversi, a Barry Callebaut vai mitigar os impactos das mudanças climáticas e devolver a ecosfera das florestas. “Continuaremos a identificar os requisitos necessários para expandir soluções inovadoras e investigar as oportunidades mais recentes em tecnologia”, acrescentou.