Estampado na embalagem de diversos alimentos, o triângulo amarelo com um “T” em preto no centro sinaliza a presença de ingredientes transgênicos, cada vez mais usual na indústria alimentícia. Mas ainda existem muitas dúvidas que permeiam o assunto, principalmente em relação aos mitos e verdades.
Os principais alimentos transgênicos comercializados no Brasil hoje são a soja, o milho e o algodão, presentes nos óleos de cozinha, margarinas, massas, biscoitos e cereais, entre outros.
Para esclarecer algumas questões sobre os alimentos transgênicos, também conhecidos como organismos geneticamente modificados ou OGMs, a nutricionista Amanda Sirena explica que os alimentos transgênicos são aqueles que tiveram o seu material genético (DNA) modificado a partir da introdução de um gene de outro organismo ou, então, que apresentam um ingrediente ou matéria-prima que tenha passado por esse processo. Ou seja, os transgênicos são itens geneticamente modificados produzidos em laboratório, por meio de técnicas de engenharia genética, que permite aos cientistas inserirem genes de uma espécie diferente em um organismo para que ele obtenha novas características.
Os ingredientes transgênicos trazem diversos benefícios para a indústria alimentícia, conforme listou a nutricionista: capacidade de produzir sementes com maior qualidade nutritiva; maior resistência aos agrotóxicos, inseticidas, herbicidas e pragas; redução de custos de produção; expansão do conhecimento científico; diminuição na quantidade de agrotóxicos utilizados na plantação; e ajuda no desenvolvimento de terapias, tratamentos e métodos para diagnosticar doenças, terapias e vacinas.
Apesar dos benefícios apresentados, existem riscos a serem considerados, como a possibilidade do desenvolvimento de problemas de saúde, pois não foram divulgados estudos conclusivos sobre os malefícios para humanos. O transgênico também pode aumentar a resistência dos seres humanos aos antibióticos.
Para o meio-ambiente, existe o risco da perda de biodiversidade e o desaparecimento de espécies e contaminação de sementes, já que os transgênicos são mais fortes que as espécies convencionais.
As culturas geneticamente modificadas incentivam o surgimento de pragas mais resistentes e podem apresentar ocorrência de poluição do solo, da água e do ar. Essas grandes plantações ainda prejudicam o pequeno produtor rural, pois espécies transgênicas são protegidas por patentes.
Sirena conta que, no Brasil, existe uma legislação específica para a rotulagem de transgênicos. De acordo com o Decreto n° 4.680 de 24/04/2003, todo alimento ou ingrediente alimentício que contenham, ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, com presença acima do limite de 1% do produto, devem informar a natureza transgênica desse produto ao consumidor.
Essa informação deve estar no painel principal do rótulo através de uma das seguintes expressões: “Contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)" ou “Produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico".
Fonte: Food Connection