A PepsiCo está trabalhando junto com a academia e outros parceiros para desenvolver a compreensão do genoma da aveia para uso em aplicativos de código aberto. A empresa acredita que isso pode gerar ganhos nas áreas de saúde e sustentabilidade.

Em 2020, a PepsiCo revelou o primeiro sequenciamento completo do genoma da aveia. Em colaboração com a Corteva Agriscience, a sequência do genoma foi divulgada publicamente em uma tentativa de avançar na pesquisa de aveia. Desde então, os dados foram acessados mais de 5.000 vezes.

Agora, em parceria com a Universidade La Trobe, um transcriptoma de aveia também foi lançado, ajudando a fornecer informações sobre os segmentos específicos do código do genoma para genes e quais características esses genes codificam. “O trabalho que estamos fazendo recentemente com a Universidade La Trobe no transcriptoma nos ajuda a identificar qual é o conjunto de oportunidades, porque podemos ver esses genes, encontrá-los”, explicou Denise Lefebvre, vice-presidente sênior de Pesquisa e Desenvolvimento de Alimentos Globais da PepsiCo.

De acordo com Lefebvre, a PepsiCo vê um potencial impacto positivo em torno da agricultura sustentável e da nutrição. “Foi um desbloqueio fundamental ter o pool genético à nossa frente para que pudéssemos ajudar a identificar e criar características que proporcionariam uma agricultura sustentável e melhor nutrição”, acrescentou.

Como cultura, a aveia já tem um bom desempenho em várias métricas de sustentabilidade no sistema agrícola. Por exemplo, o cultivo de aveia é muito útil para a saúde do solo. No entanto, Lefebvre sugeriu que, dentro do contexto de crescente pressão sobre o sistema alimentar pelas mudanças climáticas e uma população crescente, há espaço para melhorias. “Acreditamos que as maiores oportunidades relacionadas à aveia são a resistência a doenças, resistência à seca e redução do uso de água nessa cultura”, indicou.

A PepsiCo acredita que aproveitar essas oportunidades a ajudará a cumprir seus compromissos PepsiCo+, que incluem uma transição para sistemas agrícolas regenerativos. “Acreditamos que a resistência a doenças, resistência à seca, será importante para a aveia sobreviver e se sair bem. Queremos que usem menos água. Esses elementos são cruciais para futuras práticas agrícolas sustentáveis e fazem parte dos nossos compromissos PepsiCo. Mas o que é realmente importante é que é melhor para o planeta”, explicou Lefebvre.

Além de impulsionar a agricultura sustentável por meio da ciência de cultivos, a PepsiCo acredita que pode obter benefícios no campo da nutrição por meio dessa abordagem. “Muitos de nossos produtos Quaker já falam sobre saúde do coração. Mas também temos alta proteína, que sabemos que os consumidores desejam e é saciante. Por causa de seu componente saciante, podem fornecer energia de longa duração. A aveia também é muito rica em fibras, que é uma das grandes composições nutricionais importantes para a humanidade”, observou Lefebvre.

A PepsiCo está focada principalmente na oportunidade de aumentar o conteúdo de betaglucana, proteína e fibra e apoiar a consistência do rendimento. “Existem alguns outros territórios benéficos que continuamos a explorar e estudar na área”, acrescentou Lefebvre.

Os avanços que a PepsiCo e seus parceiros fizeram na identificação e mapeamento do genoma funcionarão como um acelerador para o desenvolvimento de variedades de aveia que fornecem nutrição sustentável. Para este fim, a PepsiCo está ativamente envolvida no melhoramento de plantas e na aplicação de ciência agrícola de ponta.

Até o momento, o foco desse trabalho está no melhoramento tradicional de culturas, um processo que a PepsiCo diz que pode ser muito acelerado pela compreensão do genoma.

O trabalho que a PepsiCo está fazendo para melhorar a qualidade da aveia que fornece pode certamente oferecer alguns benefícios para marcas como a Quaker, proporcionando desenvolvimento de produtos e oportunidades de comunicação com o consumidor. No entanto, a empresa vê seu trabalho em elevar a aveia como amplamente pré-competitivo. “Nós realmente não pensamos nisso como uma vantagem competitiva para a PepsiCo. Achamos que quando você projeta um produto, há uma diferença para os consumidores. Mas em termos de marca da safra, acreditamos que essas podem ser amplas vantagens usadas por todos. Quando se trata de tecnologias sustentáveis, essas são coisas que achamos que você verá muitos de nós falando sobre democratizá-las e disponibilizá-las publicamente. Sabemos que é preciso que todos façam o que é certo para o planeta”, disse Lefebvre.

Lefebvre acredita que a abordagem colaborativa que ocorreu nos bastidores para entender o genoma da aveia foi fundamental. Sem reunir os setores privado e público dessa maneira, o progresso teria sido retardado. “Acreditamos que a colaboração é uma maneira muito mais poderosa de mover o sistema agrícola. Abrimos o genoma publicamente, porque podemos acelerar a inovação em nutrição muito melhor globalmente como um código aberto com vários parceiros. Acreditamos que a aveia pode desempenhar um grande papel na nutrição no futuro, trazendo benefícios para o consumidor e o planeta”, finalizou.

Fonte: Food Navigator